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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A "VOLTA" ANUNCIADA PELOS PROFETAS

"Pergunta - Queira explicar o assunto da volta.


Resposta - Bahá'u'lláh explanou esse tema ampla e minuciosamente no Iqán; se o lerdes, a verdade sobre este assunto se vos tornará evidente. Mas já que a pergunta foi feita, explicá-lo-ei em poucas palavras. Comecemos a elucidação pelo Evangelho, pois ali está bem assinalado que, quando apareceu João, filho de Zacarias, dando aos homens a boa nova da vinda do Reino de Deus, perguntaram-lhe: "Quem és tu? És tu o Messias prometido?" Ele respondeu: "Eu não sou o Cristo". E perguntaram-lhe: "És tu Elias? E disse: Não sou." (1) Estas palavras mostram que João, filho de Zacarias, não era o prometido Elias, mas no dia da transfiguração, no Monte Tabor, Cristo disse claramente que o era.

No capítulo IX, versículos 11-13, do Evangelho segundo S. Marcos, está escrito: "E interrogaram-no, dizendo: Por que dizem os escribas ser necessário que Elias venha primeiro? E, respondendo ele, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e todas as coisas restaurará; e, como está escrito do Filho do homem, convém que padeça muito e seja aviltado. Digo-vos, porém, que Elias já veio, e fizeram-lhe tudo o que quiseram, como dele está escrito."

No capítulo XVII, versículo 13 de S. Mateus, está escrito: "Então entenderam os discípulos que lhes falara de João Batista."

Perguntaram a João Batista: "És tu Elias?" Ele respondeu: "Não sou", embora esteja escrito no Evangelho que João era o prometido Elias, e Cristo também disse isso claramente. Então, se João era Elias, por que disse: "Não sou", e se não era Elias, por que disse Cristo que o era?

Explica-se do seguinte modo: não é à personalidade que isto se refere, mas à realidade das perfeições. Noutros termos: as mesmas perfeições que havia em Elias existiam exatamente em João Batista, manifestaram-se também nele. João Batista foi, portanto, o prometido Elias. Não se trata aqui da essência, (2) e sim, das qualidades. Havia, por exemplo, uma flor no passado, e há neste ano uma flor também. Se eu disser, então, que a flor do ano passado voltou, não quero dizer com isto que a mesma flor, com sua individualidade exata, tenha voltado. Não. Apenas como esta flor tem as mesmas qualidades que a do ano passado, o mesmo perfume, a mesma delicadeza, a mesma forma e cor, digo: a flor do ano passado voltou; esta flor é a anterior. Quando chega a primavera, dizemos que a primavera voltou, porque na deste ano há tudo o que havia na do ano anterior. Foi por isso que Cristo disse: Vereis então as mesmas coisas que foram vistas nos tempos dos profetas antigos.

Façamos outra comparação: lança-se na terra a semente do ano passado, da qual se manifestam ramos e folhas, vindo a aparecerem em seguida flores e frutos e, depois, tudo volta à semente. Ao semear-se esta, a segunda semente, cresce uma árvore, e mais uma vez temos ramos, folhas, flores e frutos - uma árvore perfeita. Visto ter sido o começo uma semente, e o fim também uma semente, dizemos que a semente voltou. Se contemplarmos a árvore em si, veremos que é outra mas se considerarmos suas flores, suas folhas e seus frutos, perceberemos a mesma fragrância, a mesma delicadeza, e o mesmo gosto. Voltaram, pois, as perfeições da árvore.

Do mesmo modo, se olharmos para o indivíduo, verificaremos que é outro; entretanto, se considerarmos as qualidades, as perfeições, veremos que as mesmas voltaram. Quando, pois, Cristo disse: Este é Elias, Ele queria dizer: esta pessoa é a manifestação da bondade, das qualidades, das perfeições, das virtudes, do caráter de Elias. Não obstante, João Batista disse: Não sou Elias. É que Cristo considerava as qualidades, as perfeições, o caráter, as virtudes de ambos, enquanto que João olhava apenas sua substância, sua individualidade. Esta lâmpada que estava aqui ontem à noite está acesa hoje também, e ainda amanhã brilhará. Quando dizemos que a lâmpada de hoje é a luz de ontem, que voltou, falamos da luz, e não do óleo, do pavio ou do suporte.

No Kitáb-i-Iqán há uma exposição clara e completa deste tema."

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