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sábado, 6 de outubro de 2012

COMENTÁRIO SOBRE O DÉCIMO PRIMEIRO CAPÍTULO DE ISAÍAS (Isaías 11)


No Livro de Isaías, capítulo 11, versículos 1 a 10, se lê: “E sairá uma vara do tronco de Jessé, e um Ramo brotará de sua raiz. E descansará sobre ele o espírito do Senhor, espírito de sabedoria e de entendimento, espírito de conselho e de fortaleza, espírito de ciência e do temor do Senhor. E enchê-lo-á o espírito do temor do Senhor; não julgará segundo a vista dos olhos, nem argüirá pelo fundamento de um ouvi dizer; mas julgará os pobres com justiça, e argüirá com eqüidade em defesa dos mansos da terra; e ferirá a terra com a vara de sua boca, e matará o ímpio com o assopro de seus lábios. E a justiça será o cinto dos seus lombos, e a fé o talabarte de seus rins. O lobo habitará com o cordeiro e o leopardo se deitará ao pé do cabrito; o novilho, o leão e a ovelha viverão juntos; e um menino pequenino os conduzirá. E o novilho e o urso irão comer às mesmas pastagens; as suas crias descansarão umas com as outras; e o leão comerá palha como o boi. E divertir-se-á a criança de peito sobre a toca do áspide; e na caverna do basilisco meterá a sua mão a que estiver já desmamada. Eles não farão dano algum, nem matarão em todo o meu santo monte; porque a terra estará cheia da ciência do Senhor, assim como as águas do mar que a cobrem.”

Essa “vara do tronco de Jessé” poderia ser interpretada como referente a Cristo porque José foi descendente de Jessé, pai de Davi, mas por haver Cristo vindo a existir por intermédio do Espírito de Deus, Ele se chamava o Filho de Deus. Se assim não tivesse feito, esta descrição poderia referir-se a Ele. Mas além disto, o que deveria suceder nos dias dessa “vara”, se for interpretado em sentido simbólico, foi cumprido em parte no dia de Cristo, mas não totalmente; e se não for assim interpretado, nenhum desses sinais, por certo, foi cumprido. O leopardo e o cordeiro, por exemplo, o leão e o novilho, a criança e o áspide, são metáforas – símbolos de várias nações, povos, seitas e raças inimigas que são tão divergentes e hostis como o lobo e o cordeiro. Dizemos que os sopros do espírito de Cristo criaram entre eles concórdia e harmonia, lhes deram vida e os fizeram associar uns aos outros.

Mas “não farão dano algum, nem matarão em todo o meu santo monte, porque a terra estará cheia da ciência do Senhor, assim como as águas do mar que a cobrem”: tais condições não prevaleceram no tempo da manifestação de Cristo, pois até hoje existem no mundo nações diversas e mutuamente hostis, e muito poucos aceitam o Deus de Israel, estando a maioria sem conhecimento de Deus. A paz universal não veio a existir no tempo de Cristo; não cessaram disputas e dissídios; estavam ausentes a reconciliação e a sinceridade; continuava inimizade entre as nações, não havendo concórdia ou paz. Assim, ainda hoje, entre as próprias seitas e nações cristãs, encontramos ódio e a mais violenta hostilidade.

Esses versículos, entretanto, podem ser aplicados, palavra por palavra, a Bahá´u´lláh. Neste ciclo maravilhoso, a terra será transformada, e o mundo humano atingirá tranqüilidade e beleza. Disputas, contendas e assassínio serão substituídos por paz, verdade e concórdia; entre as nações e raças, veremos amizade e amor. A guerra, afinal, será inteiramente suprimida, vindo a se estabelecer cooperação e unidade. Quando as leis do Livro Mais Sagrado forem executadas, contenções e disputas serão decididas, finalmente, com absoluta justiça, perante um tribunal geral das nações, sendo assim resolvidas as dificuldades que surgirem. Os cinco continentes do mundo formarão apenas um, as numerosas nações se tornarão uma só, a superfície da terra será um só país, e o gênero humano será apenas uma comunidade. As relações entre os países, o intercâmbio, união e amizade entre os povos e as comunidades, atingirão tal ponto que a espécie humana será como uma só família. Brilhará a luz do amor celestial, dissipando do mundo a treva da inimizade e do ódio. A paz universal erguerá sua tenda no centro da terra, e a Abençoada Árvore da Vida crescerá até abrigar à sua sombra Oriente e Ocidente. Fortes e fracos, ricos e pobres, seitas rivais e nações hostis – que se assemelham a lobo e cordeiro, a leopardo e cabrito, a leão e novilho – virão a tratar-se reciprocamente com o mais perfeito amor, amizade, justiça e equidade. O mundo encher-se-á de ciência, do conhecimento da realidade dos mistérios dos seres, e do conhecimento de Deus.

Agora consideremos neste grande século, que é o ciclo de Bahá´u´lláh, quanto progrediram a ciência e o conhecimento, e quão numerosos os segredos da existência descobertos, e as grandes invenções que dia a dia se multiplicam. Dentro em breve, a ciência e os conhecimentos materiais, bem como o conhecimento de Deus, farão tamanho progresso, e manifestarão tais maravilhas que isso será motivo de espanto aos que o presenciarem. Tornar-se-á perfeitamente claro, então, o mistério deste versículo no Livro de Isaías, “Porque a terra estará cheia da ciência do Senhor”.

Reflitamos, também, em que pouco tempo, desde a vinda de Bahá´u´lláh, pessoas de todas as nações e raças têm entrado nesta Causa. Cristãos, judeus, zoroastristas, budistas, hindus e persas todos se associam mutuamente com a máxima amizade e o mais perfeito amor, como se tivessem sido parentes por mil anos; pois são como pai e filho, mãe e filha ou irmã e irmão. Este é um dos sentidos da associação entre lobo e cordeiro, leopardo e cabrito, e leão e novilho.

Um dos grandes acontecimentos a se realizarem no dia da manifestação desse Ramo incomparável é a elevação do Estandarte de Deus entre todas as nações; isto é, todas as nações e raças entrarão na sombra dessa Bandeira Divina, que não é outra senão o próprio Ramo Senhoril, e haverão de se tornar um só povo. O antagonismo entre seitas e religiões, a hostilidade racial e as diferenças nacionais desaparecerão. Todos unir-se-ão em uma só fé, uma só raça e um mesmo povo, habitando na mesma terra natal, no globo terrestre. A paz e concórdia universais serão realizadas entre todas as nações, e esse Ramo Incomparável reunirá todo Israel; isto é, neste ciclo Israel regressará para a Terra Santa; o povo judaico espalhado por Leste e Oeste, Norte e Sul, se reunirá.

Agora vejamos: isso não ocorreu no ciclo cristão, pois as nações não se reuniram sob um só Estandarte, o Ramo Divino. Neste ciclo do Senhor dos Exércitos, porém, todas as nações e raças entrarão na sombra desta Bandeira. Semelhantemente, Israel, espalhado pelo mundo inteiro, não se uniu na Terra Santa no ciclo cristão; mas no princípio do ciclo de Bahá´u´lláh, esta promessa divina, assim como se acha claramente exposta em todos os Livros dos Profetas, já começou a se manifestar. Podemos ver como judeus estão vindo de todas as partes do mundo para a Terra Santa; moram em vilas e adquirem terras, e dia a dia seu número aumentará até que toda a Palestina se torne seu lar.

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